Sentido do Natal.
No ano passado desejei feliz Natal para uma jovem, e ela, com o rosto
triste, disse que não gostava dessa data, pois lhe trazia lembranças amargas.
Falei sobre Jesus e sugeri que ela entendesse essa data como uma data especial
dada por Deus a nós. Esse episódio isolado nos mostra como há muitas pessoas que
não entendem o Natal no sentido histórico e espiritual. Nesse universo de
protagonistas encontramos pessoas que possuem as mais variadas interpretações
pessoais dessa data. Infelizmente, penso que para a maioria das pessoas essa
data significa um feriado a mais e festas. Para o empresário, principalmente os
lojistas, é uma data de lucros, para as crianças uma data de presentes, para os
adultos uma data para reunir a família, pois é uma época de festas e alegrias.
Cidades iluminadas, enfeites coloridos e brilhantes, músicas natalinas, enfim,
um “clima” diferente que invade o nosso dia a dia. Mas, tudo isso é nada diante
do real significado do Natal, então uma pergunta deve ser feita. O que é o Natal
para você?
Nessa data devemos fazer uma reflexão do quanto esse “evento” histórico e
principalmente espiritual, que ocorreu há mais de dois mil anos, influenciou
nossa vida aqui no planeta Terra, no qual somos peregrinos, e qual o reflexo
eterno que deixou em nosso espírito. Se você não entende essa realidade
espiritual e tem dúvidas sobre isso, com certeza você não entendeu o significado
do Natal. Precisamos “esculpir” no nosso coração a marca indelével do sacrifício
de Cristo. Essa “construção espiritual” não deve ocorrer só no dia 25 de
dezembro, mas sim nos 365 dias do ano; é a santificação e edificação que devemos
buscar diariamente. Mateus
28:20 traz: “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que
estou convosco todos os dias até à consumação do século.” Palavras de Jesus.
E aí? Será que erramos ao
enfeitarmos a casa, colocarmos luzes e comemorarmos? Entendo que não é errado,
pois para comemorarmos o aniversário de um membro da família enfeitamos a casa
com bandeirinhas, balões e bolos com velas coloridas. Imagine então essa festa
ao Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Imaginaram? Pois é, nada do que fazemos seria suficiente para
lembrarmos-nos D’Ele. Então o fato de encontrarmos enfeites, luzes coloridas e
todos os demais artefatos natalinos não nos deve preocupar, porém, devemos nos
esforçar para que os “enfeites” que devemos ter no espírito ultrapassem em
beleza aquilo que colocamos no exterior. E esses enfeites nada mais são do que o
adorar em espírito e em verdade como está em João 4:23: “Mas
a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.”
Quanto
ao enfeitar, escrevo esse artigo de um hotel em Cingapura, e hoje, andando pela
cidade, pudemos observar com alegria as decorações de Natal que encontramos em
abundância. Decoração e músicas natalinas ressoando em hotéis, shoppings e restaurantes. Não achávamos (minha esposa e
eu) que seria tão forte aqui essa influência cristã. Mas assim é; por toda a
cidade enfeites e luzes nos lembram, mesmo àqueles que não o conhecem
“pessoalmente” como nós o conhecemos, que Jesus Cristo é honrado pelo seu povo e
que dividiu a história em dois tempos, antes e depois de Cristo. Mesmo que por
motivos econômicos, os principais pontos comerciais e as principais ruas da
cidade deixam claro: “O menino Deus nasceu!”
Para o cristão, o Natal é muito mais do que uma festa de luz e cor. Na
verdade, por mais belos que sejam os enfeites e luzes que embelezam as cidades,
eles estão muito aquém do real sentido do Natal. E, às vezes, até nós, que
conhecemos tão bem o verdadeiro sentido do Natal, por vezes nos vemos tão
inseridos nos festejos tradicionais que nos esquecemos de perguntar àqueles a
quem desejamos “Um Feliz Natal” se essas pessoas realmente conhecem o
aniversariante e seu Pai, ou se somente sabem que há muito tempo nasceu uma
criança e que comemoramos seu aniversário todos os anos. Saber quem é o
aniversariante e a que Ele veio é o ponto crucial. Ele é o presente mais
precioso do Pai para a humanidade, e ela precisa desembrulhar esse presente e
usar diariamente, como uma vestimenta eterna para o coração. Muitos nem sabem
que receberam esse presente, outros ganharam, mas estão em dúvida se o usam.
Alguns acham fora de moda, ultrapassado. O que essas pessoas não entendem é que
esse presente transcende o tempo e o espaço, é eterno. Esse é o presente com o qual não precisamos
nos preocupar a respeito do número certo, do tamanho e da cor, pois Ele é
exatamente do tamanho e forma do espaço vazio que há na vida de cada um.
Muitos ainda não desembrulharam o seu presente, continuam com Ele
embalado com os mais diferentes enfeites, mas ainda sem usá-lo. Não sabem que
esse presente conserta o seu passado e assegura o seu futuro, pois como
Agostinho citou: “não existe santo sem passado ou pecador sem futuro.” Então
Ele, como o presente de Deus para a humanidade, é o único que pode mexer no
tempo, para frente ou para trás, pois, como os cientistas já descobriram, o
tempo só passou a existir depois que o espaço surgiu e nós sabemos ter sido o tempo criado por Deus.
Nosso Deus não está limitado ao relógio de pulso que carregamos, pois Ele é o
Senhor do Universo. Você está usando esse presente de Deus? Se está,
compartilhe-O, pois ainda que dividido Ele continuará do mesmo tamanho no seu
coração.
Muitos se preocupam em dizer que a data está errada, que não é dia 25 de
dezembro que Ele nasceu. O que nos importa a data exata? Nada. O que importa
realmente é que Ele nasceu, foi morto e ressuscitou por mim e por você. E Ele
nasce a cada dia em nós, na verdade devemos comemorar o seu nascimento todos os
365 dias do ano, pois o nosso coração deve ser grato a cada batida, pois Ele se
fez o cordeiro perfeito para nos resgatar. Mas como é aniversário Dele, vamos
presenteá-lo com o que Ele pede: Que vivamos por Ele...
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